Com ou sem reconhecimento social, fato é que o trabalho doméstico pode ter um impacto negativo na saúde mental e emocional das pessoas que o realizam. Seja ele executado de modo exclusivo ou combinado com o trabalho remunerado.
As tarefas como limpeza da casa, preparação de refeições, cuidado dos filhos, gerenciamento das finanças e problemas do lar são repetitivas, exigem grande esforço, consomem muito tempo, não possibilitam descanso ou férias, podem gerar estresse e intensa ansiedade, assim como levar ao esgotamento e exaustão.
Em nosso fazer clÃnico, quando estamos atendendo mulheres, especialmente no casamento com homens, essa dimensão costuma aparecer com muita frequência.
Os impactos dessa sobrecarga são vividos, também, como uma maior tensão e conflito na relação conjugal e parental.
Trabalhamos, inicialmente, no exercÃcio de RECONHECER essas tarefas como TRABALHO, identificar (e acolher) os impactos na vida daquela pessoa, na avaliação das ferramentas necessárias para a transformação dessa realidade, e no fortalecimento emocional.
Entendemos ser esse um tema de grande valor para uma discussão envolvendo a sociedade como um todo. Precisamos desnaturalizar a concepção de que atividades domésticas não são trabalho. E compreender os impactos subjetivos que a sobrecarga é capaz de gerar.
É preciso, também, que o Poder Público desenvolva programas de suporte para cuidadores, polÃticas públicas que reconheçam a importância do trabalho doméstico.
No âmbito familiar, a abertura para o diálogo e distribuição das tarefas de maneira justa e equitativa pode colaborar significativamente para reduzir o estresse e a sobrecarga mental que muitas mulheres enfrentam em suas vidas cotidianas.
A sobrecarga é uma realidade para você? Quais estratégias você tem usado para lidar com essa questão?